domingo, 16 de fevereiro de 2014

Fruitvale Station

Em meio a temporada de Oscars, entre tantas produções milionárias e computação gráfica de ponta, eis que aparece, timidamente, Fruitvale Station,  filme de estréia de Ryan Coogler, que, com ele, já conseguiu faturar o prêmio máximo em Sundance. Com uma produção inicialmente independente, a obra dramatiza a vida de Oscar Grant, principal componente do fatídico escândalo da estação Fruitvale, acontecido no primeiro dia de 2009.

Entre a abertura, com imagens reais do acontecimento, e o fechamento, que mostra o reflexo do incidente nos dias de hoje, encontramos um simples mas tocante filme. Oscar, como qualquer outro ser humano, tem falhas, mas procura melhorar, posto que está em um momento de mudanças, com uma filha de poucos anos e, portanto, uma família em  formação.


A câmera de mão e a trilha sonora leve e muitos cenários vazios ajudam a dar uma atmosfera  mais pessoal ao filme, e Michael B. Jordan (que desde o bom "Poder Sem Limites", está em merecida ascensão) carrega-o com  delicadeza e intensidade, quando necessária. É interessante também, citar uma edição de som original, focada em contrastes, e dar os devidos créditos a Octavia Spencer, que faz um ótimo trabalho como mãe e conselheira de Oscar.

(SPOILER) Após imersos na obra e apegados ao personagem, vemo-lo comemorando a virada do ano com amigos quando se depara com um marginal com quem já se desentendeu no passado. O conflito ocorre no metrô, em direção a estação Fruitvale, mas o pior está para acontecer, quando os policiais, que deveriam melhorar a situação, pioram-na sériamente. Somos deparados com o preconceito e maus-tratos dos oficiais despreparados, que convergem ao clímax carregando uma tensão imensa, quase comparável a Gravidade.



O filme é todo trabalhado para incitar a indignação no espectador e deixa muitos questionamentos sobre a vida e os preconceitos na sociedade. Apesar da cena conclusiva ser semelhante a inicial, dessa vez, sentimos todo o peso de ter acompanhado "de perto" a vida do injustiçado, dando ao filme até comedido, mas puro, um belo toque final.

NOTA: א א א א א א א

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